Governo dificulta acesso ao financiamento estudantil

No apagar das luzes do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff,
 o Ministério da Educação (MEC) publicou na segunda-feira, dia 29, uma 
portaria que dificulta o acesso ao Fundo de Financiamento Estudantil 
(Fies), programa voltado para o financiamento da graduação no ensino 
superior de alunos de instituições privadas.
A partir de abril de 2015, será exigida uma pontuação mínima de 450 
pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para obter acesso ao 
financiamento.
A portaria do MEC também proíbe que o aluno receba simultaneamente 
recursos do Fies e bolsa do Programa Universidade Para Todos (ProUni), 
que concede bolsas integrais e parciais para instituições privadas de 
ensino superior.
A exceção fica por conta de quando se tratar de bolsa parcial e ambos
 os recursos se destinarem ao mesmo curso da mesma instituição.
O financiamento do Fies e o ProUni entraram no debate político da 
última campanha eleitoral, com a presidente Dilma Rousseff assegurando 
que manteria os programas no segundo mandato.
Segundo estimativas da Federação Nacional das Escolas Particulares 
(Fenep), a medida deverá reduzir em 20% o número de jovens beneficiados 
com as políticas educacionais no setor privado.
"Essas mudanças no Fies, ao dificultar o acesso ao juros baixos do 
Fies, representam um corte feito sob medida para ajuste fiscal, que 
atinge em primeiro lugar a educação no país", critica a presidente da 
Fenep, Amábile Pacios.
"Não fomos ouvidos nem consultados (sobre as alterações). Recebemos 
apenas uma ligação do Luiz Cláudio (secretário-executivo do MEC) dizendo
 que (a portaria) ia sair."
Procurado pela reportagem, o MEC informou que a portaria faz parte 
dos "aprimoramentos que ocorrem no Fies desde a sua implementação e tem 
por objetivo deixar claro para os estudantes os procedimentos e 
critérios para a obtenção do financiamento".
Segundo a pasta, a portaria está em "consonância" com as ações do MEC
 nos últimos anos de "melhorar a qualidade do ensino superior".
O MEC alegou que o objetivo é beneficiar, a partir de critérios bem 
definidos, "um maior número de estudantes que desejam utilizar o mesmo" e
 destacou que a exigência de um mínimo de 450 pontos no Enem já ocorre 
no ProUni.
A taxa efetiva de juros do Fies é de 3,4% ao ano para todos os cursos.
"O Fies é também uma vitória - porque com o Fies nós podemos dizer o 
seguinte: dadas as universidades privadas, quem quiser estudar tem 
acesso e tem condições de estudar", disse a presidente em 22 de agosto 
de 2013, durante solenidade em São Paulo que marcou a celebração de um 
milhão de contratos do Fies.  
(Estadão) 
 
 
 
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