Governo muda benefícios como pensão por morte e seguro-desemprego
Foto: Marcos Santos/USP Imagens/Fotos Públicas
A presidente Dilma Rousseff encaminhará 
nesta terça-feira (30) para o Congresso uma Medida Provisória (MP) com 
ajustes nas despesas do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e da 
Previdência Social. O anúncio foi feito no fim da tarde desta 
segunda-feira pelo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que 
coordenou uma reunião sobre o tema no Palácio no Planalto. As mudanças 
atingem o abono salarial, o seguro desemprego, o seguro desemprego dos 
pescadores artesanais, a pensão por morte e o auxilio doença. Mercadante
 afirmou que os direitos dos trabalhadores serão preservados. As 
mudanças não serão retroativas, atingindo apenas os beneficiários de 
agora em diante. O governo estima uma economia de R$ 18 bilhões ao ano a
 partir de 2015.
Para o recebimento do abono salarial, a 
carência para o recebimento do benefício passa a ser de seis meses, em 
vez de um mês, como é atualmente. Além disso, o pagamento passa a ser 
proporcional aos meses trabalhados, a exemplo do que ocorre com o 
pagamento do 13o salário.
O pagamento do seguro desemprego, por 
sua vez, também terá ampliado o período de carência. No lugar dos atuais
 seis meses, o trabalhador terá de trabalhar no mínimo 18 meses para 
receber pela primeira vez o benefício. Na segunda solicitação, será 
preciso ter trabalhado ao menos um ano. E da terceira solicitação em 
diante, seis meses. O governo disse que, mesmo com a queda na taxa de 
desemprego, aumentou o número de trabalhadores que recorrem ao seguro 
desemprego: de 5 milhões, em 2004, para 8,9 milhões, em 2013.
O seguro desemprego dos pescadores 
artesanais, conhecido como seguro defeso, terá as seguintes mudanças: 
não será mais possível o acúmulo de benefícios. O recebedor terá de 
optar por um único benefício do governo. Além disso, passa a haver uma 
carência de três anos para o recebimento do seguro desde a data do 
registro profissional do trabalhador como pescador exclusivo. O segurado
 terá ainda que demonstrar o recolhimento do INSS ou a comprovar a venda
 do pescado por 12 meses. Finalmente, será criado um comitê gestor do 
Seguro Defeso. O governo argumenta que os gastos com o seguro defeso têm
 aumentado e foram detectados problemas na concessão e insegurança 
jurídica, como acúmulo de benefícios, decisões judiciais estendendo o 
pagamento a não pescadores e dificuldades na exigência de documentos que
 comprovem a habilitação. O número de beneficiários passou de 194, mil, 
em 2005, para 739 mil, em 2013. O valor pagou pulou de R$ 200 milhões, 
em 2005, para R$ 1,8 bilhão, em 2013.
No caso da pensão por morte, o 
trabalhador terá de ter contribuído para a Previdência por dois anos 
para que seus dependentes tenham direito ao auxílio. Hoje basta um mês 
de contribuição. A exceção é morte por acidente de trabalho ou por 
doença relacionada ao trabalho. O beneficiário tem que ter comprovado 
casamento ou união estável por no mínimo dois anos para receber a pensão
 do parceiro falecido. E o pagamento passa a ser proporcional: 50% mais 
10% por dependente, até atingir os 100% da pensão. Segundo dados do 
Ministério da Previdência, as pensões por morte passaram de 3,9 milhões,
 em 1993, para 7,4 milhões, em 2014 (acumulado de 12 meses até agosto). 
As despesas foram de R$ 39 bilhões, em 2006, para R$ 86,5 bilhões, em 
2013.
Já o auxílio doença terá a seguinte 
alteração: a empresa que emprega o trabalhador terá de pagar um mês de 
salário do funcionário afastado por esse motivo. Só depois desse período
 é que a Previdência passa a arcar com o salário do trabalhador 
afastado. Hoje a Previdência se responsabiliza pelas despesas com o 
trabalhador a partir de 15 dias de afastamento.
Todos os benefícios serão disponibilizados na internet, a exemplo do que acontece com o pagamento do Bolsa Família.
Além de Mercadante, participaram da 
reunião a ministra do Planejamento, Miriam Belchior; o futuro ministro 
do Planejamento, Nelson Barbosa; o secretário-executivo da Fazenda, 
Paulo Cafarelli; o ministro do Trabalho, Manoel Dias; e o 
secretário-executivo do Ministério da Previdência, Carlos Gabas. 
Representantes de centrais sindicais também participaram da reunião.
UOL, via O Globo 
 

 
 
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