Um ano após lesão, Anderson mostra que UFC precisa mais dele que ele do UFC
Derrotas fazem parte de todos os esportes e nem as maiores lendas de 
qualquer modalidade conseguiram se manter eternamente invictas. Anderson
 já tinha provado o amargo sabor de sua mortalidade com o nocaute que 
tinha sofrido seis meses antes. Mas ouvir o estalo de um osso quebrando,
 seguido de gritos viscerais do maior lutador de MMA que vimos até hoje 
deixou uma marca indelével nos fãs e, principalmente, no próprio UFC.
Anderson Silva foi responsável direto pela explosão da modalidade e 
do Ultimate no Brasil. Se nos últimos dois anos tivemos sete eventos no 
Brasil por temporada, muito se deve a popularidade que ele trouxe por 
conta de sua carreira vitoriosa e lutas em que quase sempre terminavam 
com show. A torcida brasileira gosta disso, de ter um campeão e – de 
preferência – dominante, como ele foi até cruzar o caminho de Chris 
Weidman.
Uma fratura como a que sofreu perto dos 40 anos seria o fim da 
carreira para a maioria dos atletas. Para o UFC, seria uma perda 
irreparável. Dana White e seus pares ainda não encontraram alguém que 
tenha o alcance que ele já teve. Jon Jones e Ronda Rousey, por exemplo, 
têm um mercado muito mais restrito aos Estados Unidos. Não ter Anderson 
Silva é não ter alguém que unisse tão bem americanos e brasileiros.
Cansado do peso de ser um campeão considerado invencível, Anderson 
aproveitou seu tempo de recuperação para fazer algo que não fazia há 
muito tempo por conta de seu trabalho: ficar ao lado de sua família por 
meses a fio em Los Angeles. Apesar das dores, parecia feliz, investia em
 outras carreiras (como a de ator e escritor). Finalmente estava 
aproveitando o fato de ser um dos raríssimos lutadores de MMA que 
ficaram ricos o suficiente para não precisar mais trabalhar após deixar o
 octógono – isso se não for o único.
Mas a vontade de voltar falou mais alto. Ou foi o tamanho do cheque 
que Dana White ofereceu para ele. Nunca saberemos os valores ou os 
termos envolvidos nessa negociação, mas depois de um ano tão complicado 
como o que o UFC teve em 2014 – com lesões, dopings e importantes 
combates cancelados – seria muito importante para a franquia ter de 
volta no próximo ano seu lutador mais renomado.
O retorno de Anderson Silva, de preferência com uma boa vitória sobre
 o limitado Nick Diaz em 31 de janeiro, alavancaria futuras vendas de 
pay-per-view e bilheteria, ainda mais se envolver uma nova disputa de 
cinturão. Isso sem contar o caminhão de mídia e divulgação que o UFC 
voltaria a ter no Brasil, seu segundo maior mercado consumidor.
 

 
 
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